A crise pós-eleitoral na Guiné-Bissau intensificou-se após a Comissão Nacional de Eleições (CNE) afirmar que não consegue divulgar os resultados das eleições de 23 de Novembro de 2025, alegando apreensão de actas regionais e danos no software de apuramento. Mas o chefe da missão de observação da União Africana, Filipe Nyusi, contesta a justificação e exige transparência imediata.
Em declarações à Rádio Moçambique, o antigo Presidente de Moçambique garantiu que o processo eleitoral decorreu de forma pacífica e sem irregularidades graves que justificassem o atraso.
“As eleições correram bem e existe vencedor. Existem resultados e esses resultados devem ser publicados. Não se pode evitar. Por que se evita?”, questionou.
Nyusi criticou a falta de clareza na fase pós-eleitoral, lembrando que até ao encerramento das urnas não havia qualquer registo de problemas técnicos ou de segurança.
“Quando se fechou e selou a urna não havia esse problema. Então existem resultados. Têm de ser publicados”, afirmou.
O chefe da missão da UA frisou que o organismo não tem mandato para anunciar vencedores, mas alertou que a transparência é fundamental para manter a confiança dos cidadãos e da comunidade internacional.
As eleições de 23 de Novembro foram inicialmente elogiadas por observadores nacionais e estrangeiros pela organização e participação popular. No entanto, após o golpe militar de 26 de Novembro, a ausência de resultados oficiais tem alimentado incertezas e receios sobre o futuro político do país.
