A Polícia da República de Moçambique (PRM) confirmou que Carlos Rafael Zandamela, assassinado há quatro dias no bairro de Nkobe, Matola, era de facto membro da Unidade de Intervenção Rápida (UIR). Zandamela exercia funções como chefe da Repartição de Reconhecimento naquela unidade especializada.
A informação foi oficializada através de um comunicado emitido pelo Comando-Geral da PRM, recebido neste domingo pela redacção da Miramar.
No documento, a PRM condena os rumores que circularam em algumas plataformas digitais e redes sociais, sugerindo que o seu porta-voz, na Província de Maputo, teria negado a ligação de Zandamela à corporação.
Segundo a polícia, tais alegações são infundadas. A instituição explica que, na altura das declarações públicas, o porta-voz apenas informou que estavam a ser conduzidas diligências para apurar a identidade da vítima e dos responsáveis pelos mais de 40 disparos que culminaram com a sua morte.
É de partir o coração e deixar qualquer pessoa furiosa saber sobre mais uma morte violenta, especialmente quando envolve alguém que supostamente deveria proteger o povo. Carlos Rafael Zandamela era um oficial de alto escalão da UIR, uma unidade especializada, e mesmo assim foi executado a sangue frio—mais de 40 tiros disparados! Se nem os policiais estão seguros, que esperança tem o cidadão comum?
ResponderEliminarO comunicado da PRM a condenar "rumores" parece mais uma tentativa de controlar a narrativa em vez de enfrentar o verdadeiro problema: o nível aterrorizante de violência e impunidade neste país. Como podemos confiar numa instituição que parece mais preocupada com a sua imagem do que com a justiça? Se eles não conseguem nem proteger os seus, o que isso diz sobre a capacidade—ou vontade—de proteger civis?
E vamos ser sinceros: a polícia age como se fosse intocável, como se estivesse acima da lei. Mas casos como este mostram que ninguém está seguro, nem mesmo eles. Talvez seja hora de uma responsabilização real, de um sistema que não descarte as preocupações do público como "rumores", mas que haja para acabar com este ciclo de violência.
Descanse em paz, Zandamela, mas condolências não são suficientes. Precisamos de respostas. Precisamos de justiça. E, acima de tudo, precisamos de uma polícia que sirva o povo, e não apenas os seus próprios interesses.